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Proteção de Dados: As 5 Tendências que Toda Empresa Brasileira Precisa Conhecer

Da regulamentação da IA aos direitos dos titulares: como se preparar para o futuro da LGPD

O cenário de proteção de dados no Brasil está em constante evolução, e os próximos anos prometem ser decisivos para empresas que buscam não apenas conformidade, mas também vantagem competitiva através da privacidade digital. Com a maturidade crescente da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e o avanço acelerado de tecnologias como inteligência artificial, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) deixou de ser vista como uma simples obrigação regulatória para se tornar um pilar estratégico fundamental nos negócios modernos.

Desde sua implementação em 2020, a LGPD tem transformado a forma como as organizações brasileiras coletam, processam e armazenam dados pessoais. No entanto, o que observamos hoje é apenas o início de uma jornada muito mais complexa e abrangente. As empresas que anteriormente focavam apenas em evitar penalidades agora reconhecem que a proteção de dados robusta pode ser um diferencial competitivo significativo, gerando confiança dos consumidores e abrindo portas para novos mercados.

A agenda regulatória da ANPD para 2025-2026 revela cinco tendências principais que moldarão o futuro da proteção de dados no país. Essas tendências não são apenas mudanças técnicas ou burocráticas; elas representam uma evolução fundamental na forma como pensamos sobre privacidade, tecnologia e relacionamento com os consumidores. Desde a centralização dos direitos dos titulares até a regulamentação específica da inteligência artificial, cada uma dessas tendências traz consigo oportunidades e desafios únicos.

Para empresas de todos os portes, compreender e se preparar para essas mudanças não é mais opcional. É uma necessidade estratégica que pode determinar o sucesso ou fracasso no mercado digital dos próximos anos. Este artigo apresenta um guia abrangente sobre as cinco principais tendências em proteção de dados para 2025, oferecendo insights práticos sobre como sua empresa pode se posicionar adequadamente para prosperar neste novo cenário regulatório.

O Cenário Atual da LGPD no Brasil

A Lei Geral de Proteção de Dados completou mais de quatro anos de vigência, e o cenário brasileiro de privacidade digital apresenta sinais claros de maturação. A ANPD, que inicialmente focou em orientação e educação, agora demonstra uma postura mais assertiva em suas fiscalizações e aplicação de penalidades. Este amadurecimento regulatório reflete uma compreensão mais profunda dos desafios práticos enfrentados pelas organizações e uma abordagem mais estratégica para garantir a efetividade da lei.

O fortalecimento da ANPD como órgão fiscalizador representa uma das mudanças mais significativas no panorama atual. Diferentemente dos primeiros anos de implementação, quando as empresas podiam contar com um período de adaptação mais flexível, 2025 traz consigo expectativas elevadas de conformidade plena. As fiscalizações tornaram-se mais frequentes e rigorosas, especialmente em setores considerados sensíveis como saúde, serviços financeiros e tecnologia. Esta evolução não é apenas punitiva; ela reflete uma maturidade regulatória que busca equilibrar proteção efetiva dos dados com viabilidade operacional para as empresas.

Uma transformação fundamental que observamos é a mudança de mindset organizacional em relação à LGPD. Empresas líderes no mercado não mais encaram a proteção de dados como um custo operacional ou uma barreira regulatória, mas sim como um investimento estratégico que gera valor tangível. Esta perspectiva transformadora tem levado organizações a integrar princípios de privacidade desde o design de produtos e serviços, criando uma cultura organizacional que valoriza a proteção de dados como elemento central da proposta de valor.

Os dados sobre conformidade das empresas brasileiras revelam um cenário misto, mas com tendências positivas. Segundo pesquisas recentes, apenas 40% das empresas brasileiras possuem uma estratégia formal de governança de dados. No entanto, este número representa um crescimento significativo em comparação aos anos anteriores, e a tendência indica uma aceleração na adoção de práticas robustas de proteção de dados. Empresas que investiram precocemente em conformidade relatam não apenas redução de riscos regulatórios, mas também melhorias mensuráveis na confiança dos clientes e eficiência operacional.

A complexidade crescente do ambiente digital brasileiro também tem impulsionado a evolução da LGPD. Com o avanço de tecnologias como Internet das Coisas (IoT), computação em nuvem e inteligência artificial, as organizações enfrentam desafios inéditos na proteção de dados. Esta realidade tem forçado tanto reguladores quanto empresas a desenvolverem abordagens mais sofisticadas e adaptáveis, reconhecendo que a proteção de dados efetiva requer muito mais do que simples conformidade técnica.

As 5 Principais Tendências 

1. Direitos dos Titulares no Centro das Políticas de Privacidade

A primeira e talvez mais impactante tendência para 2025 é a centralização dos direitos dos titulares nas políticas de privacidade organizacionais. A Agenda Regulatória 2025-2026 da ANPD coloca o titular de dados no epicentro das discussões sobre proteção de dados pessoais, estabelecendo diretrizes mais claras e práticas para direitos fundamentais como correção, portabilidade e exclusão de dados.

Esta mudança representa uma evolução significativa na interpretação e aplicação da LGPD. Enquanto os primeiros anos de implementação focaram principalmente em aspectos técnicos e procedimentais da lei, 2025 marca o início de uma era onde a experiência do titular de dados se torna o critério principal para avaliar a efetividade das práticas de proteção de dados. Esta abordagem centrada no usuário exige que as empresas repensem fundamentalmente seus processos, sistemas e políticas internas.

O desafio central desta tendência reside em equilibrar a proteção robusta dos dados com a continuidade das operações empresariais. Organizações precisam desenvolver mecanismos eficientes para atender solicitações de titulares sem comprometer a agilidade operacional ou criar burocracias excessivas que prejudiquem a inovação. Este equilíbrio delicado requer investimentos significativos em tecnologia, treinamento de equipes e redesenho de processos organizacionais.

A regulamentação mais detalhada dos direitos dos titulares também traz implicações práticas importantes para diferentes setores da economia. No setor financeiro, por exemplo, o direito à portabilidade de dados ganha contornos específicos relacionados ao Open Banking e à portabilidade de histórico creditício. Na área de saúde, os direitos de acesso e correção precisam ser balanceados com requisitos de confidencialidade médica e segurança de informações sensíveis.

Para se preparar adequadamente para esta tendência, as empresas devem implementar sistemas robustos de gestão de solicitações de titulares, incluindo portais de autoatendimento, processos automatizados de verificação de identidade e mecanismos eficientes de resposta. Além disso, é fundamental estabelecer políticas claras de retenção de dados, procedimentos de anonimização e protocolos de comunicação transparente com os titulares.

A experiência internacional demonstra que organizações que investem proativamente em facilitar o exercício dos direitos dos titulares frequentemente observam melhorias na satisfação do cliente e redução de reclamações regulatórias. Esta abordagem proativa não apenas garante conformidade, mas também constrói confiança e diferenciação competitiva no mercado.

2. Relatórios de Impacto à Proteção de Dados (RIPD) como Ferramenta Estratégica

A ampliação da regulamentação sobre Relatórios de Impacto à Proteção de Dados (RIPD) pela ANPD representa um avanço significativo em previsibilidade e transparência no tratamento de dados de alto risco. Esta segunda tendência fundamental para 2025 transforma o RIPD de uma obrigação burocrática em uma ferramenta estratégica de gestão de riscos e alinhamento às melhores práticas internacionais de governança.

O principal desafio que as organizações enfrentam é a mudança de percepção sobre o RIPD. Tradicionalmente visto como um documento técnico exigido pela regulamentação, o RIPD está evoluindo para se tornar um instrumento central de tomada de decisões estratégicas. Esta transformação exige que as empresas desenvolvam capacidades internas para conduzir avaliações de impacto robustas e integradas aos processos de desenvolvimento de produtos e serviços.

A regulamentação expandida do RIPD incentiva as organizações a incorporarem esta ferramenta de forma contínua, integrando-a aos princípios fundamentais de Privacy by Design e Privacy by Default. Esta abordagem proativa significa que a avaliação de riscos à proteção de dados deve ser uma prática constante, conduzida sempre que novos processos forem desenhados, sistemas implementados ou parcerias estabelecidas. A integração do RIPD ao ciclo de vida de desenvolvimento de produtos garante que considerações de privacidade sejam incorporadas desde as fases iniciais de concepção.

Com maior clareza regulatória, espera-se que as empresas fortaleçam significativamente suas estruturas de privacidade, criando ambientes mais seguros e alinhados às demandas crescentes de proteção de dados. Esta evolução não se limita apenas ao cumprimento de requisitos legais; ela representa uma oportunidade para as organizações demonstrarem maturidade em governança de dados e construírem vantagens competitivas baseadas em confiança e transparência.

A implementação efetiva do RIPD como ferramenta estratégica requer investimentos em capacitação técnica, desenvolvimento de metodologias internas e estabelecimento de fluxos de trabalho integrados. Organizações líderes estão desenvolvendo templates padronizados, criando comitês multidisciplinares de avaliação de riscos e implementando sistemas de monitoramento contínuo para garantir que os RIPDs permaneçam atualizados e relevantes.

A experiência prática demonstra que empresas que adotam uma abordagem estratégica para o RIPD frequentemente identificam oportunidades de otimização de processos, redução de custos operacionais e melhoria na qualidade dos dados. Além disso, RIPDs bem elaborados servem como documentação valiosa para auditorias regulatórias e podem acelerar processos de due diligence em fusões e aquisições.

3. Proteção de Dados de Crianças e Adolescentes no Ambiente Digital

A proteção de dados de crianças e adolescentes no ambiente digital emerge como uma das tendências mais críticas e complexas para 2025. Esta evolução reflete o amadurecimento da ANPD em enfrentar desafios específicos de privacidade relacionados ao crescente uso de plataformas digitais como Instagram, TikTok e outras redes sociais por menores de idade. A regulamentação nesta área representa um dos maiores desafios técnicos e éticos que as empresas de tecnologia enfrentarão nos próximos anos.

Apesar do artigo 14 da LGPD e do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) oferecerem diretrizes fundamentais, lacunas significativas permanecem na implementação prática dessas proteções. A complexidade surge da necessidade de equilibrar a proteção efetiva de menores com a preservação de suas liberdades digitais e direitos de expressão. Esta tensão exige soluções tecnológicas inovadoras e abordagens regulatórias nuançadas que considerem as especificidades do desenvolvimento cognitivo e social de diferentes faixas etárias.

O princípio do melhor interesse das crianças deve ser priorizado em todas as decisões relacionadas ao tratamento de dados de menores. Esta priorização requer o desenvolvimento de soluções que promovam transparência genuína e design de privacidade específico para usuários jovens. Ferramentas como interfaces simplificadas para escolhas conscientes de pais e responsáveis, sistemas robustos de verificação de idade e mecanismos de controle parental integrados tornam-se elementos essenciais da arquitetura de produtos digitais.

As empresas precisam desenvolver capacidades técnicas sofisticadas para implementar verificação de idade efetiva sem comprometer a experiência do usuário ou criar barreiras excessivas ao acesso digital. Esta necessidade tem impulsionado inovações em tecnologias de verificação biométrica, análise comportamental e sistemas de consentimento parental que equilibram segurança com usabilidade. A implementação dessas tecnologias deve considerar não apenas aspectos técnicos, mas também implicações culturais e socioeconômicas do acesso digital.

A regulamentação expandida nesta área também exige que as organizações repensem fundamentalmente suas estratégias de coleta e uso de dados. Práticas como perfilamento comportamental, publicidade direcionada e análise preditiva enfrentam restrições significativas quando aplicadas a dados de menores. Esta limitação força as empresas a desenvolverem modelos de negócio alternativos que não dependam da monetização intensiva de dados de usuários jovens.

Para se preparar adequadamente, as empresas devem investir em sistemas de classificação etária de usuários, desenvolvimento de políticas específicas para dados de menores e treinamento especializado de equipes. Além disso, é fundamental estabelecer parcerias com organizações especializadas em direitos da criança e desenvolver mecanismos de feedback contínuo com pais, educadores e os próprios jovens usuários.

4. Fortalecimento de Medidas de Segurança e Padrões Técnicos

A exigência de padrões técnicos mínimos de segurança, prevista no artigo 46 da LGPD, desponta como uma das tendências mais relevantes e impactantes para 2025. Esta evolução regulatória ganha especial importância diante do avanço acelerado no uso de dados sensíveis, particularmente dados biométricos, que se tornaram ubíquos em aplicações de autenticação, controle de acesso e verificação de identidade [5].

Esta regulamentação vem preencher uma lacuna crítica que tem sido fonte de incerteza para muitas organizações. Até o momento, empresas frequentemente enfrentavam dificuldades para determinar quais medidas de segurança seriam consideradas adequadas pelos reguladores. A definição de padrões técnicos mínimos oferece às empresas diretrizes claras e práticas sobre como estruturar sua segurança técnica, reduzindo ambiguidades e fornecendo um framework objetivo para avaliação de conformidade.

A grande questão estratégica não reside apenas em afirmar a necessidade de medidas de segurança, mas em estabelecer padrões claros e aplicáveis que sejam simultaneamente adaptáveis ao rápido avanço tecnológico. Regular tecnologias específicas apresenta o risco inerente de obsolescência, especialmente em um ambiente onde inovações disruptivas emergem constantemente. Esta realidade exige da ANPD uma abordagem estratégica e ágil, capaz de equilibrar a proteção efetiva dos titulares com a viabilidade prática para empresas de diferentes portes e setores.

O movimento regulatório deve fortalecer significativamente a segurança organizacional, não apenas através de investimentos em tecnologias robustas, mas também mediante a criação de uma cultura organizacional que priorize a segurança desde o design dos processos. Esta abordagem holística vai muito além do simples cumprimento de normas; ela reforça a confiança dos titulares e a resiliência das empresas frente a riscos cibernéticos cada vez mais sofisticados e frequentes.

A implementação de padrões técnicos mínimos também catalisa a adoção de frameworks de segurança reconhecidos internacionalmente, como ISO 27001, NIST Cybersecurity Framework e SOC 2. Esta convergência com padrões globais não apenas facilita a conformidade para empresas multinacionais, mas também eleva o nível geral de maturidade em segurança cibernética no mercado brasileiro.

Para organizações de diferentes portes, a implementação desses padrões requer abordagens diferenciadas. Grandes corporações podem investir em soluções enterprise e equipes especializadas, enquanto pequenas e médias empresas precisam de soluções mais acessíveis e automatizadas. Esta necessidade tem impulsionado o desenvolvimento de um ecossistema de fornecedores especializados em soluções de segurança escaláveis e adequadas para diferentes realidades organizacionais.

A consolidação da segurança como pilar central da gestão de dados em 2025 também implica em mudanças nos modelos de governança corporativa. Conselhos de administração e alta liderança precisam desenvolver competências em cibersegurança e proteção de dados, integrando esses temas às discussões estratégicas e decisões de investimento. Esta evolução transforma a segurança de dados de uma questão técnica em um imperativo de negócio.

5. Regulação da Inteligência Artificial e Decisões Automatizadas

Desde o avanço exponencial de ferramentas como o ChatGPT e outros modelos de linguagem avançados, a inteligência artificial se tornou um tema central no debate tecnológico global, especialmente em relação ao uso ético e responsável de dados pessoais. Para 2025, o grande desafio regulatório será equilibrar o desenvolvimento ético e inovador da IA com o cumprimento rigoroso das leis de privacidade, conforme previsto na LGPD e nas discussões legislativas em andamento [6].

A inclusão da IA na Agenda Regulatória 2025-2026 da ANPD reflete a necessidade urgente de regulamentar temas complexos como decisões automatizadas, algoritmos de recomendação e a responsabilidade das empresas na transparência e conformidade de suas tecnologias inteligentes. Esta regulamentação não busca inibir a inovação, mas sim estabelecer guardrails que garantam que o desenvolvimento tecnológico ocorra de forma ética e respeitosa aos direitos fundamentais dos cidadãos.

A ANPD terá um papel estratégico fundamental ao detalhar conceitos técnicos como decisões automatizadas, perfilamento algorítmico e processamento automatizado de dados pessoais. Estes conceitos, embora presentes na LGPD desde sua criação, carecem de definições operacionais claras que permitam às empresas implementar soluções conformes sem comprometer a eficácia de suas aplicações de IA. A regulamentação detalhada desses conceitos deve promover padrões claros e práticos, alinhados tanto à LGPD quanto aos debates legislativos em andamento, como o Projeto de Lei 2338.

Para as empresas que desenvolvem ou utilizam soluções de IA, a mensagem regulatória é inequívoca: soluções de inteligência artificial devem ser transparentes, explicáveis e compatíveis com os direitos fundamentais dos titulares de dados. Esta exigência consolida o princípio de que inovação e conformidade não são objetivos conflitantes, mas sim elementos complementares que devem caminhar juntos no desenvolvimento tecnológico brasileiro.

A implementação prática desta tendência requer que as organizações desenvolvam capacidades técnicas em explicabilidade algorítmica, auditoria de sistemas de IA e gestão de viés em modelos de machine learning. Estas capacidades vão além de simples conformidade técnica; elas representam uma evolução na forma como as empresas concebem e implementam soluções inteligentes, priorizando transparência e accountability desde as fases iniciais de desenvolvimento.

A regulamentação da IA também traz implicações significativas para diferentes setores da economia. No setor financeiro, algoritmos de credit scoring e detecção de fraude precisam ser auditáveis e explicáveis. Na área de saúde, sistemas de diagnóstico assistido por IA devem garantir transparência nas recomendações médicas. No e-commerce, algoritmos de recomendação precisam respeitar princípios de não discriminação e permitir que usuários compreendam e controlem como suas preferências são determinadas.

A convergência entre regulamentação nacional e tendências internacionais também é um aspecto crucial desta quinta tendência. O Brasil está alinhando suas abordagens regulatórias com iniciativas similares na União Europeia, Estados Unidos e outros mercados relevantes, facilitando a operação de empresas multinacionais e promovendo a adoção de melhores práticas globais em IA responsável.

Impactos para Diferentes Segmentos

As cinco tendências identificadas para 2025 terão impactos diferenciados em diversos setores da economia brasileira, exigindo abordagens específicas e investimentos direcionados para cada segmento. Compreender essas nuances setoriais é fundamental para que as organizações desenvolvam estratégias de conformidade efetivas e economicamente viáveis.

Pequenas e Médias Empresas (PMEs)

Para as PMEs, que representam a espinha dorsal da economia brasileira, as tendências de 2025 apresentam tanto desafios quanto oportunidades únicas. A regulamentação expandida dos direitos dos titulares e a exigência de padrões técnicos mínimos podem parecer intimidantes para empresas com recursos limitados. No entanto, a ANPD tem sinalizado a intenção de desenvolver diretrizes específicas e soluções de baixo custo para este segmento, reconhecendo sua importância econômica e suas limitações operacionais.

A democratização do acesso à privacidade para PMEs está sendo facilitada pelo desenvolvimento de plataformas automatizadas de conformidade, soluções SaaS especializadas e frameworks simplificados de implementação. Estas ferramentas permitem que empresas menores implementem práticas robustas de proteção de dados sem necessidade de investimentos proibitivos em infraestrutura ou contratação de especialistas internos.

Setor Financeiro

O setor financeiro enfrenta desafios particulares relacionados à portabilidade de dados no contexto do Open Banking e à implementação de IA em processos de credit scoring e detecção de fraude. A regulamentação de decisões automatizadas terá impacto direto em algoritmos de avaliação de risco e sistemas de recomendação de produtos financeiros. Instituições financeiras precisam desenvolver capacidades avançadas em explicabilidade algorítmica e auditoria de sistemas de IA, garantindo que decisões automatizadas sejam transparentes e auditáveis.

Saúde e Dados Sensíveis

O setor de saúde, que lida intensivamente com dados sensíveis, enfrentará desafios específicos relacionados aos padrões técnicos de segurança e proteção de dados de menores. A implementação de sistemas de diagnóstico assistido por IA deve equilibrar inovação médica com transparência e explicabilidade. Além disso, a proteção de dados de crianças e adolescentes em aplicações de saúde digital requer protocolos especializados que considerem tanto aspectos médicos quanto de desenvolvimento cognitivo.

Tecnologia e Startups

Empresas de tecnologia e startups, especialmente aquelas que desenvolvem soluções baseadas em IA, precisam integrar princípios de Privacy by Design desde as fases iniciais de desenvolvimento de produtos. A regulamentação da IA exigirá que essas empresas desenvolvam competências em auditoria algorítmica, gestão de viés e explicabilidade de modelos. Para startups, isso representa tanto um desafio de recursos quanto uma oportunidade de diferenciação competitiva através de soluções éticas e transparentes.

Conclusão

As cinco tendências identificadas para 2025 representam muito mais do que simples evoluções regulatórias; elas constituem uma transformação fundamental na forma como organizações brasileiras devem conceber, implementar e gerenciar proteção de dados. A centralização dos direitos dos titulares, a evolução dos RIPDs como ferramentas estratégicas, a proteção especializada de dados de menores, o fortalecimento de padrões técnicos de segurança e a regulamentação da inteligência artificial convergem para criar um ecossistema de privacidade mais maduro, transparente e efetivo.

A preparação antecipada para essas tendências não é apenas uma questão de conformidade regulatória; é um imperativo estratégico que pode determinar o sucesso competitivo das organizações nos próximos anos. Empresas que investem proativamente em capacidades robustas de proteção de dados frequentemente observam benefícios que vão muito além da simples evitação de penalidades regulatórias. Estes benefícios incluem maior confiança dos consumidores, eficiência operacional aprimorada, redução de riscos cibernéticos e capacidade ampliada de inovação responsável.

A LGPD está evoluindo de uma obrigação regulatória para uma vantagem competitiva genuína. Organizações que compreendem e abraçam esta transformação posicionam-se para liderar em seus respectivos mercados, atraindo consumidores cada vez mais conscientes sobre privacidade e construindo relacionamentos baseados em confiança e transparência. Esta evolução também facilita expansão para mercados internacionais, onde padrões robustos de proteção de dados são frequentemente pré-requisitos para operação.

O cenário de 2025 exigirá que organizações desenvolvam capacidades organizacionais sofisticadas que integrem considerações de privacidade em todos os aspectos de suas operações. Esta integração vai além de departamentos especializados; ela requer uma cultura organizacional que valorize proteção de dados como elemento central da proposta de valor e estratégia competitiva.

Para empresas que buscam navegar com sucesso neste cenário complexo e em evolução, a parceria com especialistas experientes torna-se fundamental. A Data Guide oferece a expertise, ferramentas e abordagem estratégica necessárias para transformar os desafios de 2025 em oportunidades de crescimento e diferenciação competitiva.

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